O Conselho Nacional do Ministério Público
(CNMP) lançou hoje a Campanha intitulada “Conte até 10. Paz. Essa é a atitude”,
que tem como objetivo promover a reflexão dos brasileiros sobre os
homicídios que são cometidos por impulso e por motivos fúteis. Ah, mas e o que
eu tenho a ver com isso, você pode estar se perguntando neste exato momento!
Coleguinhas, é o seguinte: achei essa campanha mais que interessante, e me fez
refletir muito, aliás, creio que exatamente por ter passado uma situação muito
chata hoje no trânsito.
Eu estava a caminho da minha casa, para ir
almoçar. O trânsito aqui na minha cidade, que costumo chamar de
"Hortohell", (sim, porque atualmente nossa cidade está um verdadeiro
inferno), está completamente caótico! Em horários de pico então, há dias em que
a situação fica insuportável. Mas enfim, como eu estava dizendo, estava eu,
linda e feliz dirigindo o meu carrinho a caminho de casa, quando entrei em uma
das ruas mais movimentadas aqui do centro, justamente num dia em que a bendita
estava recebendo faixas de sinalização. Eu morrendo de fome, com certa pressa em
chegar em casa, claro, quando me deparo com um demente descendo a rua á marcha
ré...
O pior de tudo, o
cara vinha numa velocidade ferrenha, e com certeza não tinha visto meu carro no
seu retrovisor. Qual foi então a minha reação? Óbvio, automaticamente meti a
mão na buzina, pra alertar o "motorista fodão e distraído", que além de
estar errado por fazer uma manobra arriscada, ele poderia causar algum
acidente. Mas não, ele não só não admitiu o erro, como começou a me xingar de
tudo que era nome.
— Em nome de Jah!!! Pára tudo!!! Eu pensei
comigo: filho de uma boa mãe, se eu tivesse uma arma, esse cara morria agora
mesmo.
Deixei o babaca ir embora, apenas olhei
pra cara dele e lancei um sorrisinho sarcástico de como quem diz: "vai
trouxa, isso; você realmente deve estar muito desesperado, ou vai tirar o pai
da forca, pra poder estar fazendo essa merda toda"! Logicamente que na
minha cabeça, eu tava matando o cara naquele momento. Mas voltei á realidade e refleti:
— o que vai
adiantar eu tentar bater boca com um infeliz desse? Isso vai me fazer sentir
melhor? E se o cara é quem tiver uma arma? Talvez ele desça do carro, me dê um
tiro bem no meio das minhas fuças, e quem morre sou eu...
Deus me livre! Ainda bem, vai saber se não
fosse realmente esse o caso. Eu é que não queria pagar pra ver. Confesso que
não sou muito calminha em relação á barbeiragem no trânsito. Tá, ok, todo mundo
comete uma em algum momento da vida, inclusive eu. Mas justamente hoje, ao
invés de revidar os xingamentos que eu recebi, eu apenas sorri e acenei. Ah, e
ainda fiz cara de paisagem! Bem, mas o que de fato quero dizer, é que a
situação que vivi hoje, foi apenas um exemplo. Quantas mortes no trânsito são
causadas por motivos fúteis, por que alguém cometeu uma graça, ou um erro
infeliz, e o outro foi lá, bateu boca e... PUM!!! Tomou um tiro no meio da cara,
de graça, por bobeira!
Minha sorte que hoje eu estava em uma
sintonia diferente do cara da barbeiragem. Eu percebi pelo rosto dele que ele estava
super nervoso, e eu, bem, hoje graças ao bom Deus estava “zen”, coincidentemente ouvindo uma
música que adoro “Come as you are” do Nirvana, uma das minhas bandas
preferidas!
Viu a diferença? Claro né? Porque se eu
tivesse batido boca com o cara, ou entrado na sintonia dele, poderia talvez ter
aumentado as estatísticas de morte no trânsito por violência, e simplesmente
não ter escrito esse texto! Então é isso queridos. Vamos refletir se vale á
pena desprender uma grande quantidade de energia, ficar irado, bater boca,
começar uma discussão por motivos banais. Você vai ficar azedo, seu dia vai
ficar torto e cinza, e você, claro, você não vai se sentir bem, sem contar que
vai passar por papel de idiota. Relaxa! Conte até dez... até cem... até mil se
for preciso, mas lembre-se: a raiva passa, e a vida fica! Afinal, é tão bom
viver não?
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