Tenho um amigo que me chama de feminista... Aliás, um só não, vários. E
quando vejo esses amigos me analisando dessa forma, costumo pensar o seguinte:
ah, se vocês soubessem o quanto têm que aprender com relação ás mulheres, o
fariam o mais rápido possível! Pois bem... Uma coisa é ser tachada de feminista
por homens que acham que entendem de mulheres, mas que na verdade precisam
aprender, e muito sobre nós. Outra, é achar um texto como esse, escrito por um
homem, e ter que tirar o chapéu pro cara, ainda que sem conhecê-lo, pois foi
lendo esse texto, que compreendi que ainda que raros, existem homens capazes de
entender a nova safra de mulheres que despontam neste século, e que com
certeza, já fazem e farão toda diferença!!! Desta forma, só posso deixar aqui,
meus sinceros parabéns ao autor do texto Ricardo Coiro. Segue o texto na íntegra:
Machos do meu Brasil, do mundo e de Marte, afivelem bem os cintos, pois
a mulher alfa acaba de assumir o volante de vez. Esse exemplar de fêmea Mega
Power² não aceita ter uma bunda gostosa que só serve para rebolar, muito menos
quer ostentar nádegas eternamente passivas, destinadas sempre ao banco de
passageiros. Ela agora está no controle. Pilota sem medo um conversível
furioso, passando rímel enquanto faz uma baliza perfeita. Quebra todos os
limites impostos pelo machismo de museu e, com toda certeza, não pisará no
freio, mesmo que o Vin Diesel, aos prantos e aterrorizado, peça para sair.
Ela
possui um poder notável, capaz de fazer o Capitão Nascimento parecer um mero
usuário de fraldas. Ela transpira rios de segurança, mas nem por isso borra um
milímetro sequer da maquiagem feita com a maestria de um pintor renascentista,
enquanto simultaneamente amamenta gêmeos, lê o jornal do dia, joga sinuca e
ainda planeja dominar o mundo. Sim, as mulheres alfa um dia farão com que a
Terra seja conhecida como “planeta rosa”, ao invés de planeta azul.
A mulher alfa gosta dos homens, claro que gosta, mas aprendeu muito bem
a não depender deles, para nada. Elas trocam pneu sem descer do salto. Abrem o
vidro de azeitona com a ajuda de tutoriais científicos do YouTube. Criam
técnicas femininas para sobrevivência na selva, sendo capazes de quebrar cocos
com o auxílio do salto agulha e de fazer fogo utilizando apenas um laquê. Sem
contar que elas geralmente dominam as mais cruéis modalidades de defesa pessoal
e, ao menor sinal de ameaça, extinguem testículos com a mesma facilidade de
quem estoura um plástico bolha.
Elas chegaram lá, no topo da aparentemente imutável cadeia alimentar e,
para isso, não precisaram injetar nem uma gota de testosterona nas veias. Nem
mesmo recorreram aos bigodes postiços ou tiveram que prender o cabelo e
escondê-lo dentro da cartola. As mulheres alfa assumiram a presidência, a
direção, os campos de futebol, os ringues e qualquer lugar antes só destinado
aos homens, mas nunca, por nada, abriram mão daquela feminilidade que tanto
amamos.
Hoje elas tomam uísque sem gelo, mas nem por isso deixaram de se
derreter quando se deparam com um filhotinho de labrador. Hoje, elas seguram
firme a rédea de uma empresa multinacional, mas lindamente não conseguem
segurar as lágrimas quando o mocinho, enfim, pede a mocinha em casamento no
cinema. Hoje, elas não têm o menor medo de lutar com unhas e dentes por
direitos iguais, mas felizmente, ainda pulam em nosso colo e nos agarram forte
quando encontram uma barata, um grilo, um rato, um morcego, um besouro, uma
formiga ou até uma mariposa. Não porque precisam – apenas porque querem.
Vejo muitos homens dizendo por aí que ainda preferem as mulheres
submissas, dessas quase escravas. Barbados que vivem defendendo o retrocesso e
a volta das mulheres de Atenas, que viviam, secavam e morriam pelos maridos. Na
minha humilde opinião, tais homens só gostam dessas “Amélias”, pois só ao lado
delas conseguem fingir que são machos alfa e líderes de alguma coisa, quando na
verdade eles não passam de homens Zeta, lotados de insegurança e frustrações.
Eternos bundões que nunca conseguiram nem o cargo de chefe dos escoteiros e que
passaram a vida toda sofrendo pela desobediência do próprio cachorro.
Eu não quero uma mulher que dependa de mim, não preciso disso para
fingir que sou superior a alguma coisa. Eu quero mesmo é admirar a mulher que
estiver ao meu lado, ou à minha frente, por que não? Quero aprender com ela
também, não apenas ensinar. Quero olhar nos olhos dela, enquanto ela me conta
como foi o dia e pensar: “Caralho, como é que ela é capaz de fazer tudo isso e
ainda consegue me fazer tão feliz?”.
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