quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Diário de uma perereca depilada


"Tenta sim. Vai ficar lindo."

Foi assim que decidi, por livre e espontânea pressão de amigas, me render à depilação na virilha. Falaram que eu ia me sentir dez quilos mais leve, mas acho que pentelho não pesa tanto assim. Disseram que meu namorado ia amar, que eu nunca mais ia querer outra coisa. Eu imaginava que ia doer porque elas ao menos me avisaram que isso aconteceria. Mas não esperava que por trás disso, e bota por trás nisso, havia toda uma indústria pornô-ginecológica-estética.

 - Oi, queria marcar depilação com a Penélope.

- Vai depilar o quê?

- Virilha.

- Normal ou cavada?

Parei aí. Eu lá sabia o que seria uma virilha cavada. Mas já que era pra fazer, quis fazer direito.

- Cavada mesmo.

- Amanhã, às.... Deixa eu ver...13h?

- Ok. Marcado.

Chegou o dia em que perderia dez quilos. Almocei coisas leves porque sabia lá o que me esperava, coloquei roupas bonitas, assim, pra ficar chique. Escolhi uma calcinha apresentável. E lá fui.
Assim que cheguei, Penélope estava esperando. Moça alta, mulata, bonitona. Oba, vou ficar que nem ela, legal.  Pediu que eu a seguisse até o local onde o ritual seria realizado.
Saímos da sala de espera e logo entrei num longo corredor. De um lado a parede e do outro, várias cortinas brancas. Por trás delas ouvia gemidos, gritos, conversas. Uma mistura de Calígula com O Albergue. Já senti um frio na barriga ali mesmo, sem desabotoar nem um botão. Eis que chegamos ao nosso cantinho: uma maca, cercada de cortinas.

- Querida, pode deitar.

Tirei a calça e, timidamente, fiquei lá estirada de calcinha na maca. Mas a Penélope mal olhou pra mim. Virou de costas e ficou de frente pra uma mesinha. Ali estavam os aparelhos de tortura. Vi coisas estranhas. Uma panela, uma máquina de cortar cabelo, uma pinça. Meu Deus, era O Albergue mesmo. De repente, ela vem com um barbante na mão. Fingi que era natural e sabia o que ela faria com aquilo, mas fiquei surpresa quando ela passou a cordinha pelas laterais da calcinha e a amarrou bem forte.

- Quer bem cavada?

- É... é, isso.

Penélope, então, deixou a calcinha tampando apenas uma fina faixa da Abigail, nome carinhoso de meu órgão, esqueci de apresentar antes.

- Os pêlos estão altos demais. Vou cortar um pouco, senão vai doer mais ainda.

- Ah, sim, claro.

Claro nada, não entendia p-o-r-r-a nenhuma do que ela fazia. Mas confiei.

De repente, ela volta da mesinha de tortura com uma espátula melada de um líquido viscoso e quente (via pela fumaça).

- Pode abrir as pernas.

- Assim?

- Não, querida. Que nem borboleta, sabe? Dobra os joelhos e depois joga cada perna pra um lado.

- Arreganhada, né?

Ela riu. Que situação. E então, Pê passou a primeira camada de cera quente em minha virilha virgem. Gostoso, quentinho, agradável. Até a hora de puxar. Foi rápido e fatal. Achei que toda a pele de meu corpo tivesse saído, que apenas minha ossada havia sobrado na maca. Não tive coragem de olhar. Achei que havia sangue jorrando até o teto. Até procurei minha bolsa com os olhos, já cogitando a possibilidade de ligar para o Samu. Tudo isso buscando me concentrar em minha expressão, para fingir que era tudo supernatural.  
Penélope perguntou se estava tudo bem quando me notou roxa. Eu havia esquecido de respirar. Tinha medo de que doesse mais.

- Tudo ótimo. E você?

Ela riu de novo como quem pensa "que garota estranha". Mas deve ter aprendido a ser simpática para manter clientes.

O processo medieval continuou. A cada puxada eu tinha vontade de espancar Penélope. Lembrava de minhas amigas recomendando a depilação e imaginava que era tudo uma grande sacanagem, só pra me fazer sofrer. Todas recomendam a todas porque se cansam de sofrer sozinhas.

- Quer que tire dos lábios?

- Não, eu quero só virilha, bigode não..

- Não, querida, os lábios dela aqui ó.

Não, não, pára tudo. Depilar os tais grandes lábios? Putz, que idéia.
Mas topei. Quem está na maca tem que se fuder mesmo.

- Ah, arranca aí. Faz isso valer a pena, por favor.

Não bastasse minha condição, a depiladora do lado invade o cafofinho de Penélope e dá uma conferida na Abigail.

- Olha, tá ficando linda essa depilação. Menina, mas tá cheio de encravado aqui. Olha de perto. Se tivesse sobrado algum pentelhinho, ele teria balançado com a respiração das duas. Estavam bem perto dali. Cerrei os olhos e pedi que fosse um pesadelo. "Me leva daqui, Deus, me teletransporta". Só voltei à terra quando entre uns blá-blá-blás ouvi a palavra pinça.

- Vou dar uma pinçada aqui porque ficaram um pelinhos, tá?

- Pode pinçar, tá tudo dormente mesmo, tô sentindo nada.

Estava enganada. Senti cada picadinha daquela pinça filha da mãe arrancar cabelinhos resistentes da pele já dolorida. E quis matá-la. Mas mal sabia que o motivo para isso ainda estava por vir.

- Vamos ficar de lado agora?

- Hein?

- Deitar de lado pra fazer a parte cavada.

Pior não podia ficar. Obedeci a Penélope. Deitei de ladinho e fiquei esperando novas ordens.

- Segura sua bunda aqui?

- Hein?

- Essa banda aqui de cima, puxa ela pra afastar da outra banda.

Tive vontade de chorar. Eu não podia ver o que Pê via. Mas ela estava de cara para ele, o "olho que nada vê". Quantos haviam visto, à luz do dia, aquela cena? Nem minha ginecologista. Quis chorar, gritar, pei-dar na cara dela, como se pudesse envenená-la. Fiquei pensando nela acordando à noite com um pesadelo. O marido perguntaria:

- Tudo bem, Pê?

- Sim... sonhei de novo com o cú de uma cliente. Mas de repente fui novamente trazida para a realidade. Senti o aconchego falso da cera quente besuntando meu Twin Peaks. Não sabia se ficava com mais medo da puxada ou com vergonha da situação. Sei que ela deve ver mil cús por dia. Aliás, isso até alivia minha situação. Por que ela lembraria justamente do meu entre tantos? E aí me veio o pensamento: peraí, mas tem cabelo lá? Fui impedida de desfiar o questionamento. Pê puxou a cera. Achei que a bun-da tivesse ido toda embora. Num puxão só, Pê arrancou qualquer coisa que tivesse ali. Com certeza não havia nem uma preguinha mais pra contar a história. Mordia o travesseiro e grunhia ao mesmo tempo. Sons guturais, xingamentos, preces, tudo junto.

- Vira agora do outro lado.

Por-ra.. Por que não arrancou tudo de uma vez? Virei e segurei novamente a bandinha. E então, piora. A broaca da salinha do lado novamente abre a cortina.

- Penélope empresta um chumaço de algodão?

Apenas uma lágrima solitária escorreu de meus olhos. Era dor demais, vergonha demais. Aquilo não fazia sentido. Estava me depilando pra quem? Ninguém ia ver o tobinha tão de perto daquele jeito. Só mesmo Penélope. E agora a vizinha inconveniente.

- Terminamos. Pode virar que vou passar maquininha.

- Máquina de quê?!

- Pra deixar ela com o pêlo baixinho, que nem campo de futebol.

- Dói?

- Dói nada.

- Tá, passa essa merda...

- Baixa a calcinha, por favor.

Foram dois segundos de choque extremo. Baixe a calcinha, como alguém fala isso sem antes pegar no peitinho? Mas o choque foi substituído por uma total redenção. Ela viu tudo, da perereca ao cú. O que seria baixar a calcinha? E essa parte não doeu mesmo, foi até bem agradável.

- Prontinha. Posso passar um talco?

- Pode, vai lá, deixa a bicha grisalha.

- Tá linda! Pode namorar muito agora.

Namorar...namorar... eu estava com sede de vingança.

Admito que o resultado é bonito, lisinho, sedoso. Mas doía e incomodava demais. Queria matar minhas amigas. Queria virar feminista, morrer peluda, protestar contra isso. Queria fazer passeatas, criar uma lei antidepilação cavada e matar o primeiro homem que ver e não comentar absolutamente nada.!!! Não fiz nada disso... Um mês depois...

- Normal ou cavada?

Coisas de perereca, vai entender...

FONTE: Autor(a) desconhecido(a)

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

A HISTÓRIA DO COCÔ... ISSO MESMO: COCÔ!!!


Estorinha muito engraçada tirada do blog http://lucianalevy.com.br
Me fez rir bastante, e resolvi postar pra fazer o dia de vocês, meus amores, mais engraçadinho...
Boa leitura e divirtam-se!







Um amigo me contou que um amigo…
Toda história que começa assim parece lorota. E talvez seja mesmo. Mas meu ponto é, se arrancar umas boas risadas, que mal tem?
Bom, um amigo me contou que uma amiga dele (é sério!) viveu momentos inesquecíveis. Até para mim que não a conheço, mas a adoro por me fazer rir tanto.
Ela tava saindo com um gatinho, super curtindo, comecinho de paixonite, delícia!
Uma noite, depois de um rolezinho, foi pra casa dele. E dormiu lá.
Ele, que, ao contrário dela, ia sair cedo para trabalhar, foi um querido. Deixou a chave reserva da casa com ela, falou para que ficasse a vontade, acordasse no seu tempo, tomasse café, e quando fosse embora, que jogasse essa chave para dentro, por debaixo da porta, que ele recolheria quando voltasse do trabalho.
Pois bem, a menina acordou, tomou café, deu uma fuçadinha básica e saudável nas coisas ao seu redor, quando de repente… Dor de barriga.
Ninguém controla essas coisas, mas tem gente que vai ao banheiro de manhã e pronto, esteja onde estiver.
Como estava sozinha na casa, foi ao banheiro sem se preocupar, fez o que tinha que fazer e quando chegou o momento de mandar para o mundo sua obra de arte, a surpresa: a descarga estava quebrada!
Nessas horas sempre me vem a frase do Chapolin na cabeça: “Palma, palma, não priemos cânico”… Mas outras coisas se passaram na cabeça dessa pobre garota.
Pobre, não, com certeza não. Principalmente, porque qualquer pessoa que já passou por essa situação, sabe o que fazer. E para quem não sabe, eu conto. É só encher um balde d´água e jogar na privada, tudo vai embora como se você tivesse pressionado a mágica descarga.
Mas essa menina achou que teve uma ideia melhor. Pegou um saquinho plástico (ai, eu odeio essa parte) recolheu suas fezes e decidiu que o jogaria no lixo da rua.
Antes de ir embora, porém, pensando em retribuir a fofura do gatinho, quis deixar um bilhete para ele. Algo do tipo:
Adorei a noite, foi uma delícia!
Vamos repetir?
Sentindo-se bem, pois toda mulher sabe como é difícil ser fofa sem ser melosa demais, foi embora. Saiu, trancou a porta, jogou a chave para dentro e quando se virou para pegar seu precioso saquinho de fezes.. !!!…!!!…
Sim, é isso mesmo.
O desespero maior do mundo.
O saquinho tinha ficado em cima da mesa, ao lado do bilhete.
Vou pular a parte das suposições de como o cara interpretou o recadinho fofo com um saco de merda ao lado, o cheiro que a casa dele devia estar quando ele chegou, as tentativas em vão dela tentando convencer o porteiro a abrir a porta de algum modo para ela.
O ponto é que ela foi embora. Largou a situação desse jeito e ela e o cara nunca mais se viram depois disso. Também, né?
Não é sacanagem rir do desespero alheio, até porque a empatia com o que a menina deve ter sentido é tão grande, que não consigo controlar a risada. Imagino também ele chegando em casa, o cheiro devia dar para ser sentido do corredor.. Merda humana fede muito!
Adoro essa história, e se ela for mentira, adoraria ouvir mais de quem a inventou. Mas se for real, a menina deve ter vergonha e odiar todos, que como eu, reproduzem esse causo e gargalham dele.
Mas oh, quem quer que você seja, eu te adoro e sou eternamente grata, porque é o tipo de coisa que me anima, que faz meu dia, por pior que ele possa estar sendo, não parecer tão ruim! Afinal, meu cocô foi descarga abaixo!



segunda-feira, 1 de outubro de 2012

HOMENS OFERECIDOS

Sim, eles existem... Houve uma época  em que eu pensei que apenas as mulheres se ofereciam, mas eis que, zás... Encontro um tipo perfeito de "homem oferecido", daqueles que só faltam se colocar numa bandeja e pedir pra você comê-lo. Imagine a seguinte cena: você já de pijama, em uma noite fria de doer os ossos, vagueando pela internet ao mesmo tempo em que assiste sua série preferida na TV (sim, eu gosto de fazer mais de uma coisa ao mesmo tempo).
De repente, o cara te chama no chat do facebook;  papo vai, papo vem, ele diz que quer te ver. Mas está frio, e você sem a mínima vontade de imaginar que terá que trocar de roupa para receber visita (sem contar que ele já havia se oferecido dias antes pra ir na minha casa). Então você dá uma desculpa qualquer, mas o cara é insistente, e se esforça de todas as maneiras pra tentar te convencer de que seria bom demais vocês ficarem juntos naquela noite...




Cacete!!!! Que parte de "não estou a fim de ficar com você hoje meu bem", o cara não entendeu? Em muitos casos, acho que seria necessário fazer um desenho em uma cartolina, pra poder tentar passar a mensagem de uma forma mais clara. Particularmente, eu perco totalmente o interesse se o cara começa a se oferecer demais. É a mesma coisa que acontece com um homem, quando uma mulher começa se oferecer. Qual o efeito disso sobre o coitado? Vontade sair correndo, fugir para as montanhas, é claro.
Eu não sei qual a dificuldade de algumas pessoas, homens e mulheres, em aceitar que quando alguém diz NÃO, é porque ela realmente está querendo dizer NÃO e não fazendo charminho, ou bancando a difícil.
Por incrível que pareça, essas pessoas têm uma enorme dificuldade em aceitar isso. Seria bem mais simples se simplesmente aceitassem... ou não?
Só queria dar um conselhinho, de amiga, para os homens: entendam que algumas mulheres, assim como vocês, providas de autenticidade e desejo próprio, quando dizem não, realmente estão querendo passar a  seguinte mensagem: NÃO ESTOU A FIM DE VOCÊ... simples assim.
Portanto, usem do bom senso, e tentem um outro dia, ou uma outra pessoa. Vai ser bem mais simples, e fica a dica também, para as mulheres, é claro. Aposto que nenhum pedaço de vocês será arrancado, nenhum dedinho vai cair, nenhuma "desgraça" se abaterá a sua vida e blá, blá, blá... E reflitam: ninguém dá valor ás coisas/pessoas fáceis; o legal da conquista, é você ter de batalhar para conseguir o que quer. Tudo o que vem fácil, sem ter que se fazer esforço para conseguir, não é valorizado, não tem gosto de quero mais. Eu particularmente, adoro o sabor da conquista, gosto das coisas difíceis mesmo, pra mim o que é fácil não tem graça. Quando suamos a camisa para conseguir algo, é que vamos valorizar, seja na vida pessoal, na vida amorosa... Fica portanto, a dica aos oferecidinhos de plantão: VALORIZEM-SE!